Segundo a ONG Transgender Europe o Brasil é o país que mais mata pessoas transexuais no mundo. A organização monitora 71 países, coo Estados Unidos, México, Itália e outras nações.
Seguindo a mesma metodologia do que a Transgender Europe, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra) divulgou seu relatório anual com os dados referentes ao ano passado, 2020, e nele mostra que a cada 2 dias, uma pessoal transexual foi morta no país, isso fora as subnotificações que ocorrem em registros errados nas delegacias.
Os dados trazem uma radiografia deste cenário preocupante, onde fica claro que essas pessoas são mortas pelo simples fato de serem quem são.
Outro dado que é preciso ser debatido por toda a sociedade, é a falta de oportunidades que as pessoas transexuais possuem, que acabam obrigando a grande maioria a buscar na prostituição um caminho para o seu sustento, uma vez que muitas dessas pessoas são expulsas de casa e não recebem o apoio da família quando se assumem.
Os dados apontam que todas as vítimas em 2020 eram mulheres trans ou travestis. Sendo que 72% eram prostitutas, e 8 delas viviam em situação de rua.
A vítima tem buscado cada vez mais cedo a prostituição, conforme aponta a pesquisa 56% das mulheres trans ou travestis mortas em 2020 tinham entre 15 e 29 anos, o que faz a expectativa de vida das pessoas trans não ultrapassarem 35 anos no Brasil.
Impactante também é a maneira que são cometidos os crimes contra as pessoas sexuais. 77% das vítimas foram mortas com meios cruéis, e em 47% dos crimes, os golpes e/ou tiros que atingiram as vítimas foram partes específicas do corpo como rosto/cabeça, seios e genital.
71% foram vítimas em locais públicos, como ruas, praças, bares e etc, e 72% dos autores não conheciam a vítima.
Essa último dado, aliado a transfobia presente em nossas instituições, colaboram para que apenas 38 dos 175 casos, tivessem um suspeito apontado na investigação. Isso piora quando não se pode afirmar que dos 38 suspeitos, nem todos serão denunciados ou se quer serão condenados.
Essa é um pedaço da triste situação das pessoas transexuais no Brasil e em diversos lugares do mundo. Uma realidade que precisa ser debatida, que precisa ser mostrada, e urgentemente precisa buscar soluções e caminhos para solucionar o problema.
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